Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Lu e o Açougueiro

Estávamos fofocando quando a disgrama do alarme da casa do vizinho desatou a zunir. Todos os dias, pela manhã e à noite um som indecente e de toque duplo desarma e arma e vez ou outra desatina. Ontem foi um desses dias. Entre um intervalo e outro passei a ouvir um barulho como se meu lixo estivesse remexendo. Quando lembrei que ele fica suspenso dei um pulo da cama, peguei as chaves da porta, me tranquei, apaguei as luzes e chamei a Lu no Whats App: 
"ladrão no meu quintal
chama a polícia
rua patati patatá, 200. 
estou trancada no quarto."

O alvoroço se deu porque eu estava trancada pelo lado de dentro e alguém de fora, e para eu sair de casa, tenho que abrir uma porta, destrancar uma grade com chave e mais um portão. Querendo entrar em pânico, decidi sair de casa e fui destrancando e voltando pro quarto até que parei de ouvir o alarme.

Quando alcancei à rua, percebi que o raio do alarme ainda soava e a Lu querendo ir me encontrar mesmo contra a minha vontade.
Ela chegou acompanhada de um açougueiro empunhado com uma peixeira (espero!) e logo em seguida a Regiane. A polícia? Veio vindo numa calma de Jó. Amparada por dois policiais fui à casa do vizinho entender seu alarme. 

Constatado que a casa estava vazia (desde antes ou a partir de então, os policiais foram embora, o Fofoca do Bem foi atualizado em tempo real e eu? Bem, nem sei como dissertar sobre. 

Por áudio a Lu em tom narrativo e de fundo a risada boa da Regiane:
- Ô gente, nós estamos aqui, no bairro Olinda, fofoca quente! 
Tragédia de novo na vida da Nínive Lage.
O ladrão estava aqui, está eu e a Regiane com a polícia!
Ô gente, a vida não tá fácil pra ninguém mas pra amiga Nínive está puxada - uhum - gente! Não é possível; eu estou em tempo de vomitar, de tanto susto que ela me passou, sai até quase pelada lá de casa.

Minutos depois, nova narração:
- Gente a Nínive Lage está fazendo as malas, ela vai dormir na casa da Regiane ou lá em casa. Eu sei gente que não está fácil, mas aqui não tem nem uma cerveja pra gente beber!

Logo depois a Renê incrédula:
 - Gente de Deus eu não acredito numa história dessa não. Não tem condição isso. 
Têm que partir pra parte espiritual mesmo, minha amiga Nínive. Só na base da ma-cum-ba. Pra você não tem outra solução. E rezar muito pra macumba dar conta porque pra você não está fácil. Coitada da Nínive.

E por fim o desfecho da Lu:
- Gente a Nínive está bem, foi dormi lá na casa da Regiane. Eu já cheguei em casa e está tudo sob controle no dia de hoje. Graças a Deus, amanhã é outro dia. Vamos rezar gente, fervorosamente, vou acender até uma vela, porque não é possível. Eu vou pôr pra acender 6 7 vezes de uma vez pra ver se ajuda porque ó, eu nunca vi uma negócio desse. Uma menina ser assaltada 3 vezes em menos de dois meses não tem cabimento não gente, vai ter ímã pra ladrão pra lá.

Depois de ontem deixei a Rosa no chinelo, né não meninas?

Depois de ontem me lembrei que um dos policiais antes de ir embora pegou meu nome e sobrenome mas não anotou; nas palavras da Regiane: 
- Ele pegou foi seu Facebook.

Depois de ontem vou é comemorar com esse povo - eu hein? Vai que...



Minhas amigas sabem rir até das tragédias. Quero gente assim perto sempre me contaminando com o bom humor depois da pronta solidariedade. (Mas antes vou esperar o piriri da Lu passar coitada, não matei a nega véia de susto, mas desandei ela todinha)
Participação mais que especial: Lu Almeida, Renê e Regiane